Especialista em mamíferos aquáticos, a veterinária Joana Ikeda afirmou, em entrevista ao G1, que o pescador profissional de lagostas Michael Packard teve muita sorte ao sair vivo depois de ter ficado cerca de 40 segundos dentro da boca de uma baleia jubarte.
“Com certeza, ele deu muita sorte. Apesar dele não ser uma presa e a baleia não ser um super predador que vai predar presas grandes, é um animal muito grande. Ela chega a 16 metros, com uma força de mandíbula muito grande. Pegando num local errado, no tórax, ou de alguma outra forma que ele acaba caindo dentro da boca, ele poderia ter lesões bem mais graves e até podia ter vindo a falecer”, afirmou.
A responsável técnica pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (Maqua) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) disse ainda que o americano pode não ter se machucado tanto porque as baleias não têm dentes.
Packard torceu o joelho e teve escoriações leves. O caso aconteceu na costa de Cape Cod, em Massachusetts na sexta-feira (11).
“As baleias são um grupo de animais marinhos que não possuem dentes. No lugar dos dentes, eles possuem barbatanas. São estruturas que possuem cerdas de escovas. Por isso, talvez, não tenha machucado tanto o indivíduo que entrou”, disse Ikeda.
“Elas se alimentam de pequenas presas, são pequenos crustáceos, pequenos peixinhos. Ela não se alimenta de nada grande. Ela não tem uma estrutura que consegue engolir ele. Ela expande as pregas que ela tem embaixo da boca e tem um espaço muito grande para que caiba um indivíduo adulto sem se machucar, sem ser literalmente esmagado pela mandíbula”.