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Como identificar se seu pet está com dor?

A primeira coisa a se ter em mente quando seu animal apresenta uma lesão é: isso doeria em você? Se sim, muito provavelmente dói nele também. Para ilustrar isso, a Patrícia Bonifácio Flor, veterinária especialista em tratamento da dor diz que “otite em cães chamamos de otite, mas nas pessoas chamamos de “dor de ouvido” — e quem já teve sabe o quanto dói. Por que fazemos essa diferença e não tratamos a dor quando tratamos uma otite canina?

Em alguns casos, determinar se um animal tem dor é muito claro. Se o seu cão acaba de ser atropelado e tem uma fratura no fêmur, é óbvio que ele está com dor. Provavelmente, nesse momento ele irá chorar e não permitirá que você toque na pata quebrada, deixando bem claro que está doendo.

Porém, em outros casos menos evidentes pode ser muito difícil, especialmente nos gatos. Muitas vezes, o animal acaba apresentando sintomas inespecíficos, como não querer comer, dormir mais do que o normal e ficar mais carente, o que dificulta a determinação do quadro. Por isso, foram criadas nos últimos anos diversas escalas de avaliação da dor. 

Essas escalas devem ser usadas pelos veterinários de modo a ter uma resposta objetiva para avaliar a sensação subjetiva que é a dor. Com base em questionários sobre diversos aspectos como postura, conforto, vocalização, mobilidade e sensibilidade ao toque, é possível atribuir uma pontuação de dor para o animal. Por meio dessa pontuação, pode-se planejar um tratamento analgésico mais preciso para cada caso. 

A vantagem da utilização dessas escalas é trazer uma resposta objetiva, que padroniza a percepção sobre a dor do animal. Sabemos por meio de alguns estudos que essa percepção varia de pessoa para pessoa, e que as mulheres tendem a superestimar a dor que os animais estão sentindo, enquanto os homens a subestimam.

Existem diversos tipos de escala, que devem variar de acordo com a espécie, já que cada uma responde de maneira diferente à dor e ao tipo de dor, já que a dor aguda e a dor crônica também possuem diferentes sinais. Algumas dessas escalas foram testadas para aplicação tanto por donos de animais quanto por enfermeiros e veterinários e apresentaram boa correlação na resposta. Ou seja, com um pequeno treinamento, os donos dos animais foram capazes de identificar a dor da mesma maneira que um veterinário especializado na área.

Esse é o caso da escala de dor em gatos baseada nas alterações das expressões faciais apresentadas por gatos com dor, que é um trabalho da Marina Cayetano Evangelista, publicado na revista “Scientific Reports”: https://pt.felinegrimacescale.com/ . Nessa escala, por meio da posição das orelhas, da abertura dos olhos, da posição da cabeça e dos bigodes e tensão do focinho é possível atribuir um nível de dor nos animais.

Mestrado em Imunologia (Veterinária preventiva) , pós-graduação em anestesiologia veterinária , atua como clínica geral , com grande experiência e ênfase em dermatologia , dor e cuidados paliativos.

Doutora Bruna

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